Weddings

Começo com um aviso:
Senta e separa uns bons minutos que hoje é textão!

Em 2002 eu entrei para a Universidade. Quando cheguei lá no primeiro dia, uma das primeiras pessoas com quem conversei foi o Kleiton. Eu sabia que ele era filho de um colega do meu pai no trabalho. Nos demos muito bem logo de cara.

À época, não poderia imaginar duas coisas: que eu seria fotógrafo e que, sendo fotógrafo, teria o prazer de ser o fotógrafo do casamento de dois amigos de tão longa data.
A Renata estudou no mesmo colégio que eu. Fomos descobrir isso depois, conversando. E descobrimos, também, que éramos contemporâneos, além de quase vizinhos.

Ou seja, nos conhecemos todos há bastante tempo.

Isso fez com que tivéssemos uma amizade muito boa, daquelas que podem passar meses sem se ver e, quando sentam juntos para conversar, parece que foi ontem a última vez que nos encontramos.

Jantas na casa um do outro, saída para ir a algum pub ou boteco, conversas e desabafos, risadas, alegrias e muito suporte em tempos difíceis.

Nesse meio tempo, nosso grupo de amigos da faculdade foi se dividindo naquelas coisas da vida:

Um vai para São Paulo... depois outro... um vai e volta para Porto Alegre.
E a Renata teve a oportunidade de ir para Curitiba.

Eles já tinham apartamento em Porto Alegre, uma vida toda aqui.

Como um bom casal faz, decidiram: Vai! Aposta! A gente dá um jeito.

Durante quase dois anos o desafio de viajar entre duas cidades, transferir uma vida inteira para outra cidade onde não se conhece ninguém.

E no meio disso tudo, em uma de suas vindas ao Rio Grande do Sul, um dia o Kleiton me convidou para almoçar.
O que, até então, parecia um bom almoço entre amigos, se tornou um convite:

- Eu e a Renata vamos nos casar!

- Cara, que notícia fantástica!

- E queremos que tu seja o fotógrafo

- Mas com certeza! Imagina que eu não faria as fotos de vocês!

- Tem um detalhe: é em Punta Cana.

Sim... um convite para um Destination Wedding.

Aqui vou pular uns meses (quase um ano) pois, apesar de ser textão, tem coisas que dá pra pular.

Dia 27/04/2017, 4:00 da manhã

A Maggie e eu chegamos ao aeroporto onde encontramos a mãe, tias e tio Kleiton. Ficamos responsáveis por sermos os "seguranças" deles.

A viagem foi muito tranquila, muito agradável.

Nossa chegada em Punta Cana, apesar de demorada por causa da Aduana, foi quase tranquila.
Digo quase porque houve um incidente, mas sobre isso eu vou escrever um post à parte.

Dia 28/04/2017

Um dia para aproveitar com amigos e familiares no Dreams La Romana, um resort paradisíaco..

De noite, uma janta especial pré casamento. Um bocado de chuva, apesar de dizerem que nunca chove por lá.

Dia 29/04/2017 5:00

Acordamos cedo. Queríamos registrar desde o início do nascer do sol naquele cenário paradisíaco.

Mas o sol não deu muito as caras. Resolveu se esconder por trás de algumas nuvens que, em poucas horas tomaram conta do céu.

Mas gente... imaginem que estamos em Punta Cana para um casamento a céu aberto!

Calma... pensamento positivo, vai limpar...

Chuva...

Encontramos a Renata e o Kleiton para tomar café e conversar sobre o que faríamos se continuasse com aquele tempo.

- O pessoal daqui disse que é raro chover muitas horas, provavelmente daqui há pouco para.

Mas.... não parou.

O dia INTEIRO foi de chuva. A decepção e nervosismo eram visíveis tanto no semblante da Renata quanto do Kleiton.... ok, nos nossos semblantes também. A Maggie e eu também estávamos tensos.

No início da tarde o Ricardo Valério preparava as marinhas, mães, convidadas e a noiva em um dos quartos que virou o ponto de concentração pré-casamento.

Maquiagem pronta, hora de colocar o vestido de noiva!

Fomos para o quarto da Renata e do Kleiton onde ela terminaria de se vestir.

O vestido é maravilhoso! A noiva, linda!
O cenário, paradisíaco... mas aquela chuva...

Faltava meia hora para o casamento e não parava de chover.

- Renata, que tal esperar mais uns minutinhos antes de pedir para transferirem o casamento para o salão?

- Pois é, Vini, eu quero esperar sim. Me disseram que, se precisar atrasar meia hora o casamento, não tem problema.

- Eu acho que vale a pena tentar, Renata. Vamos esperar?

- Sim.

10 minutos... 5 minutos... São Pedro olhou para baixo e disse: Ok, queridos, vou fechar a torneira.

Vocês não vão acreditar, mas faltavam 5 minutos para o horário marcado para o casamento quando parou de chover.

Nos olhamos os 3 (a Renata, a Maggie e eu) e dissemos quase juntos: é agora!

No mesmo instante toca meu telefone: era o Kleiton!

- Velho, parou de chover! Vê se a Renata...

- Sim, acabamos de falar isso! Toca ficha!

A emoção bateu. E bateu forte.

No Kleiton, em mim... mas na Renata parecia que não. Ela estava bem confiante.

Esses homens emotivos.

Ela desfilava pelos corredores do resort resort rumo ao gazebo onde seria a cerimônia.

Lá, o Kleiton já esperava. Tremendo. A Brenda (que celebrou o casamento) chegou a estender a mão para segurar ele, pois parecia que as pernas não iam segurar.

A emoção bateu ainda mais forte, pois eu já via lágrimas escorrendo.

Foi quando a Renata apareceu lá ao longe, de braços dados com o pai. Linda, confiante! E emocionada!
Sim, agora que tudo estava indo conforme deveria, ela estava mais tranquila e a emoção veio com tudo.

Essa foi uma das cerimônias mais intensas que já vivi.
Tão intensas que, logo depois do casamento, o Kleiton veio me falar:

- Cara, eu tinha gente chorando de soluçar lá em cima. E não era eu nem a Renata.

Sim. Era eu.

A Maggie tem registros disso, mas são confidencias!

Após a cerimônia, aproveitamos a parada na chuva para fazer algumas fotos.

E eu juro pra vocês que não tivemos nem 5 minutos de fotos do casal pois começou a chover de novo.

Acreditem se quiserem: São Pedro segurou a chuva apenas durante a cerimônia.
Foi como se ele olhasse para baixo ouvindo tanta gente pedindo e dissesse: Ok, gente, ok! Eu paro!

Tivemos que sair em passo apertado para o salão (a recepção já tínhamos definido que seria no salão para não ter risco de ter que correr por causa da chuva).

Eu poderia dizer que a recepção foi igual a outras inúmeras recepções de casamento onde os noivos chegam, cumprimentam os convidados, dançam e a noiva joga o buquê.
Mas isso não seria verdade. Não foi uma recepção comum.

Não pra nós.
Mas isso é história para outro post.

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Fotos: Maggie e Vinícius Vogel : www.viniciusvogel.com.br

Resort: Dreams La Romana: http://www.dreamsresorts.com/en_us/resorts/dominican-republic/la-romana.html

Agência que organizou o casamento: Welcome Trips: https://www.welcometrips.com.br

Vinícius Vogel

www.viniciusvogel.com.br

contato@viniciusvogel.com.br